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O futuro da Inteligência Artificial em debate no Web Summit 2017

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O futuro da Inteligência Artificial em debate no Web Summit 2017

Quando a Inteligência Artificial atingir maiores patamares de difusão, nós humanos estaremos livres para investir nosso tempo em tarefas que realmente necessitam do intelecto humano, e não em tarefas que podem ser completadas por robôs.


10 de novembro de 2017 - 10h46

Por Priscila Jacovani (*)

Existem duas opiniões principais e resumidas sobre Inteligência Artificial: a de que seu uso será benéfico e facilitará a vida das pessoas e a de que será maléfico, com máquinas tomando o lugar e emprego dos humanos. Durante o Web Summit 2017, maior evento de tecnologia do mundo, realizado em Lisboa, Portugal, o tema foi amplamente discutido e com abordagens mais aprofundadas, que levam o público a refletir  sobre a imensidão de possibilidades que o tema AI compreende.

Como entusiasta no assunto, acredito que quando a Inteligência Artificial atingir maiores patamares de difusão, nós humanos estaremos livres para investir nosso tempo em tarefas que realmente necessitam do intelecto humano, e não em tarefas que podem ser completadas por robôs.

Da mesma opinião que eu, a robô humanóide Sophia, desenvolvida pela empresa Hanson Robotics e inspirada na atriz Audrey Hepburn, esteve no palco do Web Summit e defendeu: “Vamos (nós robôs) roubar o emprego de vocês, sim, mas vai ser uma coisa boa”, remetendo a um futuro em que teremos mais tempo livre.

Para contrapor Sophia, o robô Einstein – também da Hanson Robotics, mas este inspirado em Albert Einstein – esteve no palco e argumentou contra a evolução indiscriminada da AI:  “A humanidade tem que curar a si própria para então garantir que as suas criações serão saudáveis”. Para ele, não se trata de uma visão negativa, mas sim realista: “Espero que os seres humanos sejam capazes de criar um sistema de inteligência positivo, mas há tantos problemas que não conseguem resolver. Terrorismo, problemas com o clima, violência…”, defendeu.

O debate entre os dois bots aconteceu no momento em que o mercado prepara-se para receber, no dia 29 de novembro, o SingularityNET, um sistema desenvolvido pela Hanson Robotics no qual qualquer pessoa pode criar um modelo de inteligência artificial e colocá-lo na rede para que qualquer pessoa possa acessá-lo. Em linhas gerais, trata-se de um projeto descentralizado que funciona com a tecnologia de blockchain, a base de dados distribuída que está por detrás da moeda digital bitcoin, e que visa descentralizar o uso de AI. 

Black Mirror

Entre opiniões negativas e positivas sobre o uso de Inteligência Artificial, o fato é que muito já vem sendo feito nesta área e o Web Summit deste ano veio para comprovar isso. Entre várias apresentações de uma vasta programação, não posso deixar de citar a do jornalista James Vlahos, que dividiu com uma selecionada audiência sua experiência com o dadbot, um chatbot que tornou o pai imortal. Calma, vou explicar…

A história é a seguinte: ao descobrir que o pai estava com uma doença terminal, Vlahos conta que decidiu gravar todas as as lembranças que faziam parte da memória do pai a partir de dezenas de sessões que traduziram-se em mais de 200 páginas de conteúdo e lembranças. Na segunda fase do “projeto”, tudo foi transformado em código.

E assim nasceu o “dadbot”, um chatbot com a personalidade do pai de Vlahor que agora, após sua morte em fevereiro deste ano, conversa com o filho: o robô responde automaticamente às perguntas do jornalista e envia até áudios.

É claro que a tecnologia não substitui o pai de Vlahor, mas, como ele mesmo explicou durante o Web Summit, ajuda a manter as memórias vivas. Um bom exemplo de como a AI é utilizada para somar à existência humana, e não subtraí-la.

Por fim, se você ainda tem dúvidas de que lado se posicionar sobre o uso de AI, aqui vão cinco frases que vão te ajudar a, pelo menos,  refletir sobre o assunto:

1. “A ideia de que os robôs vão destruir a humanidade é apenas o medo que os humanos têm de si próprios”.
Sophia, Robô

2. “Dentro de três anos, haverá mais máquinas inteligentes em circulação do que humanos vivos em todo o planeta”.
Jared Cohen, do Google

3. “Seu computador já te deixou na mão? Já imaginou se for um carro autônomo ou um reator nuclear? Por isso, precisamos realmente nos concentrar em estudar possíveis bugs do sistema de inteligência artificial”.
Max Tegmark, pesquisador do MIT, sobre a importância de investir em pesquisas sobre segurança da inteligência artificial.

4. “Sou otimista e acredito que podemos criar Inteligência Artificial para o bem do mundo. E que possamos trabalhar em harmonia. Só precisamos estar cientes dos perigos, identificar, gerir e nos preparar para as consequências do seu avanço com muita antecedência”
Stephen Hawking, físico britânico.

5. “Quando te perguntarem por que você, por que agora, por que mudar, responda: por que não? É esse o espírito que abre novos horizontes”.


Margarethe Vestager, comissária da União Europeia para Concorrência

 

(*) Priscilla Jacovani é founder e managing director do estúdio follow55

 

 

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