Meio e Mensagem – Marketing, Mídia e Comunicação

Passado X Futuro

Buscar
Publicidade

Opinião

Passado X Futuro

Como o ecossistema de inovação contribui para os novos formatos de marketing digital


7 de janeiro de 2021 - 8h00

Renata Favale (Crédito: Divulgação)

Com o término de 2020, chegamos ao final de mais uma década. E passagem de tempo é uma questão muito relativa, afinal dez anos é muito ou pouco tempo para grandes transformações?

Falando exclusivamente sobre o ecossistema de inovação e sua contribuição com o marketing digital, é como se fosse um século. Há alguns dias, em um papo com algumas startups do Cubo Itaú, como a Hubify (mensuração e otimização de resultados) e a Insider (plataforma que usa AI e machine learning para a segmentação avançada de usuários) falávamos sobre os últimos cinco anos e a evolução do marketing digital nesse período. E desta conversa, surgiram alguns insights interessantes.

Dentro de uma área tão dinâmica como o marketing digital, parece que vivemos 50 anos nos últimos cinco. Isso porque em 2015, as grandes empresas olhavam sim para as ferramentas digitais, mas de forma tímida. Hoje há ainda mais possibilidades de mídias que podem ser exploradas e a consolidação e/ou substituição de alguns players, como a ascensão do Instagram, mudança no consumo do YouTube e nos algoritmos do Facebook e a explosão do TikTok.

Atualmente, as estratégias já contemplam de forma ampla essas possibilidades. A tecnologia evoluiu e está cada vez mais humanizada, com CRMs, bots e mídia programática aprimorados e com foco nas necessidades e comportamento do consumidor, fazendo assim com que o conteúdo publicitário possa ser entregue de forma assertiva a quem tem interesse. Profissionais e grandes marcas passaram a entender que mobile, apps e desktops necessitam de cuidados e linguagens diferentes.

Um dos destaques de humanização é a Lu do Magazine Luiza. Com mais de 21 milhões de seguidores, ela se transformou em uma influenciadora digital e rompeu barreiras ao ser a estrela da campanha de collab da Adidas com a Farm. O público se identifica com a Lu. As pessoas querem ser ouvidas, querem interagir com as empresas humanizadas. E as plataformas de streaming também têm feito isso bem, como a conversa na estreia do Disney+ no Brasil. Amazon, HBO e Netflix deram as boas-vindas e criaram um bom storytelling no Twitter.

Com tantas transformações em tão pouco tempo, o mercado tem um apoio importante das startups para evoluir e acompanhar todo esse movimento. Isso porque o modelo de trabalho delas, que é mais enxuto, deixa tudo mais ágil, se adapta às novas realidades com mais facilidade e são naturalmente nativas digitais. Por uma questão de sobrevivência, as startups já nascem para resolver uma dor latente do mercado. E assim, elas levam às grandes empresas a possibilidade de serem mais rápidas para testar modelos e campanhas, validar suas estratégias ou fazer ajustes de rota.

Nos últimos anos, houve um amadurecimento importante na relação entre grandes empresas e startups de marketing digital. Esse relacionamento tem se dado, principalmente, em três frentes: parcerias, contratação de profissionais que atuam nas startups ou adquirindo as próprias. Companhias como o Google foram importantes exemplos mundiais de incentivo a esses relacionamentos. Claro que ainda há muito o que evoluir, mas as companhias que já sabem fazer negócios com as startups já estão sentindo os benefícios e colhendo bons frutos.

Fazendo uma análise futura, para os próximos anos, devemos ter uma união mais forte entre performance e branding. Não adianta manter o foco só em performance, uma vez que uma boa relação com as marcas impacta diretamente na decisão de compra do consumidor. Assim, ações de branding tendem a ganhar ainda mais espaço. Teremos o nascimento de muitas tecnologias que somarão forças com o lado humano dos profissionais para permitir que as empresas nadem nos oceanos enquanto ainda são azuis, como é o caso de quem se aventurou no TikTok. Se continuarmos nessa velocidade de evolução, até 2025 devem aparecer mais dois “TikToks”. E é assim que startups, grandes empresas e todo o ecossistema devem dançar conforme a música.

*Renata Favale Zanuto é co-head do CUBO

Publicidade

Compartilhe

Veja também