Pyr Marcondes
22 de janeiro de 2018 - 8h16

Marcas e anunciantes são, atualmente, reféns dos algoritmos estabelecidos aleatoriamente pelas grandes redes sociais mundiais, como Facebook e Google. De olho no mercado e focada em solucionar o problema do baixo alcance orgânico desses players, chega ao mercado a Wololo, startup criada sob o conceito de Comunidades, com o objetivo de estabelecer uma conexão entre marcas e seus stakeholders.

Segundo dados do próprio Facebook, menos de 3% dos usuários são atingidos por meio de posts orgânicos nas redes sociais, dessa forma as marcas não conseguem transmitir conteúdos relevantes a um público estratégico, tornando-se reféns do investimento de mídia para manter viva sua presença digital. Ao observar esse gap para a área de marketing, Eden Wiedemann, CEO e fundador, e Jackson Fullen, co-fundador da Wololo, lançam a Talkative.

A plataforma é baseada no conceito de Comunidades e tem o objetivo de reunir pessoas relevantes para a estratégia da marca, criando verdadeiros hubs de comunicação para cada empresa.

“No último ano vimos o boom de fintechs, agtechs e até mesmo lawtechs. A grande promessa de 2018 é o conceito de Comunidade. Vemos que a audiência cresceu muito nas redes sociais e os usuários são cada vez mais ativos. Porém, o conteúdo acaba se dispersando, gerando grandes esforços por parte das marcas para alcançar seu target, mais que nunca dependente de volumosos investimentos em mídia e ainda assim sem resultados efetivos. A Talkative chega como solução para esse problema, pois são criados clusters onde somente pessoas realmente interessadas sobre determinado tema participam ativamente das discussões propostas e realizam ações que ajudam a mensagem a chegar mais longe, sem depender de mídia ou alcance orgânico”, explica Wiedemann.

A Talkative transforma o target em mídia, ou seja, uma marca pode montar uma base de usuários de colaboradores, fãs, trade, micro-influenciadores ou consumidores. Essas pessoas vinculam suas contas do Facebook, Instagram, Twitter, Linkedin, WhatsApp, Youtube e Vimeo à plataforma, recebem conteúdo customizado e sugestões de ações de engajamento que vão de compartilhar um post do Facebook, dar like em uma imagem no Instagram, enviar um vídeo para os amigos pelo WhatsApp, dar RT em um tuíte, assistir um vídeo, ler um texto, enviar uma foto ou até mesmo responder uma pesquisa. Ao realizar essas atividades, os usuários ganham pontos que podem gerar badges, um ranking ou serem resgatados como forma de incentivo.

“Além do conceito de Comunidades, conseguimos unir a gamificação – que foi forte ano passado e continuará crescendo – para que o diálogo entre marcas e seus stakeholders possa ser leve, divertido e, de fato, efetivo. As possibilidades são inúmeras. Para os mídias, os compartilhamentos, RTs, vídeos e afins são ouro; para os profissionais de conteúdo é a segmentação das entregas já que podem oferecer um conteúdo adaptado para cada grupo, usando a linguagem e narrativa mais eficiente, além de contar com audiência garantida; e para as marcas é a possiblidade de fazer pesquisas em tempo real com uma base engajada e analisar tudo que é feito dentro da plataforma”, comenta Eden.

A Wololo está situada no Porto Digital (Recife), considerado um dos principais parques tecnológicos do Brasil. Além disso, Roberto Grosman (CEO da F.biz) e Julio Zaguini (ex-VP do Google) adquiriram, recentemente, um percentual da empresa.

Uma das áreas com grande potencial para a plataforma é a esfera política, pois é possível entregar conteúdo não apenas sobre o candidato, mas também sobre o universo estratégico em seu entorno, formando assim uma militância mais engajada e eficiente.