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78% das empresas brasileiras ainda estão em estágio inicial de inovação

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78% das empresas brasileiras ainda estão em estágio inicial de inovação

Estudo exclusivo da Bain & Company revela também que 46% das organizações integram ecossistemas com startups


2 de março de 2020 - 7h03

A inovação é hoje um imperativo em todo o mundo. O Brasil está não só se convertendo em um palco ativo de inovação empresarial, mas exibindo uma identidade única nessa arena – tanto pelo ritmo de criação de novas empresas e soluções de negócio como pelo estágio de desenvolvimento das organizações em busca de ideias inovadoras. O volume de venture capital investido em startups brasileiras somou perto de R$ 5 bilhões em 2019. Nos últimos cinco anos, foram investidos mais de R$ 20 bilhões em 1.060 startups no País. Ao final de 2019, o país havia formado 10 unicórnios. Um ambiente extremamente fértil para inovação.

Na comparação com benchmarks globais como Estados Unidos, Europa e China, as empresas brasileiras e seus ecossistemas ainda estão em um estágio inicial de desenvolvimento. A Bain & Company classificou as empresas em níveis de maturidade, de iniciantes a avançadas. Enquanto globalmente as empresas iniciantes representam 26% da amostra, no Brasil esse número chega a 78%.

O atraso das companhias está ligado às limitações de recursos financeiros e de talentos para desenvolver novos projetos – seja dentro das empresas ou fora. “A volatilidade econômica ainda cria incertezas no curto prazo e tira foco de investimentos de prazo mais longo que não tenham impacto claro e imediato nos resultados”, diz André Fernandes, executivo-sênior da Bain & Company.

Por essa razão, chama a atenção o fato de empresas brasileiras utilizarem ecossistemas de startups com frequência praticamente idêntica à observada em países mais desenvolvidos (46% vs. 45%). Mais impressionante ainda, empresas brasileiras disseram ter, em média, 4,6 parceiros em suas iniciativas de inovação – enquanto que a média em mercados desenvolvidos é de 3,7.

O outro lado da moeda é a dependência desproporcional dos recursos compartilhados com o negócio principal para a inovação: mais de 60% das empresas brasileiras em nosso estudo se valem destes recursos, enquanto que no estudo global essa parcela não passa de 45%. “O problema é que o compartilhamento de talentos entre a operação do negócio principal e o desenvolvimento de novas ideias gera não só um potencial conflito de incentivos, normalmente vencido pelo negócio principal, como também a inadequação de talentos para ambas as atividades”, afirma Fernandes.

Estratégia para inovar. Segundo a Baino início da jornada deve passar pela articulação de uma estratégia clara para inovação, incluindo tanto o papel que ela cumprirá na estratégia geral da empresa como a forma como será executada. 80% das empresas em mercados desenvolvidos dizem ter uma estratégia para a inovação contra 40% no Brasil.

Cultura empreendedora. A cultura de se arriscar em novas áreas e o desenvolvimento de talentos com as competências para isso são grandes desafios. Enquanto 75% das empresas da amostra global afirmam ter criado modelos de atração, retenção e alocação adequada de talentos voltados à inovação, apenas 30% das empresas brasileiras afirmam o mesmo.

Líder explorador. Nas empresas, o líder tem o papel vital de garantir consistência e catalisar a inovação por toda a organização. No Brasil, ainda existe um gap no papel exercido pela liderança no direcionamento da inovação -ou pelo menos na importante percepção daqueles que estão sendo liderados. Apenas 28% das empresas afirmaram que seus líderes no Brasil estão tendo um papel claro na inovação, contra cerca de 80% no exterior.

Pesquisa Global: empresas com experiência em inovação crescem quase 20 vezes mais que iniciantes em cinco anos

A parcela global do estudo da Bain revelou que o valor de mercado das empresas que mais inovam cresceu a um ritmo muito mais acelerado do que o de empresas menos inovadoras. Descobrimos que o valor de mercado de inovadoras experientes cresceu a uma taxa anual composta de 9,5% no período de cinco anos, em comparação com apenas 0,5% para as empresas com a menor experiência na inovação. A diferença é de nada menos de 19 vezes.

Entre as abordagens mais populares está o capital de risco corporativo, que 57% das inovadoras experientes do estudo disseram utilizar. Outro modelo popular também são as aceleradoras, usadas por 61% das empresas do quartil superior. No caso de empresas menos experientes, é menor a probabilidade de uso de ambas as abordagensApenas 22% das empresas do quartil inferior da inovação têm um fundo do gênero e somente 38% já usaram aceleradoras.

As empresas brasileiras ainda estão em seu estágio inicial de inovação. Apesar disso, diversos exemplos nacionais de organizações se reinventando e insurgentes registrando sucesso mostram que o Brasil possui os insumos para aqueles que queiram embarcar nessa jornada.

 

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