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Criatividade escalável: o que as agências já automatizaram?

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Criatividade escalável: o que as agências já automatizaram?

A automação, responsável pela redução de custos, análises de desempenho e ganho de produtividade, já é uma realidade no mercado de comunicação


10 de fevereiro de 2021 - 8h41

Redução de custos, transparência nas negociações, análise de desempenho, padronização de produtos e serviços, integração de setores, redução de tarefas repetitivas e ganho de produtividade estão entre as vantagens oferecidas pela automação de processos. Desde o surgimento de canais digitais, na década de 1990, a presença da tecnologia no mercado de comunicação mudou o perfil do profissional dentro das agências. Times, cada vez mais, centrados em proporcionar às marcas, de forma veloz e exponencial, oportunidades de negócio e inteligência complementam entregas criativas.

Para Daniel Jotta, general manager da BETC/Havas, a pandemia do novo coronavírus acelerou, ainda mais, o processo de digitalização das indústrias: “O que estaríamos vivendo, nos próximos dois anos, foi acelerado, nos últimos meses. Os dados e as ferramentas são essenciais para o negócio de comunicação e é um caminho sem volta”. Na agência, por exemplo, conta, automação de marketing, e-commerce e experiência do consumidor são parte do dia a dia. Extração e interpretação de dados geram insights para comunicação e otimizam as mídias de seus clientes.

Entretanto, com o aumento de possibilidades trazidas pela tecnologia, a dificuldade de gerenciamento de oportunidades também cresceu. “Tudo fica mais complexo, com mais variáveis e mais pontos de decisão. Pensar em operar da mesma forma inviabiliza qualquer iniciativa. Alguns processos que, sempre, foram manuais precisam ser feitos de forma automatizada, com uso também de tecnologias como inteligência artificial, para que os momentos mais relevantes se mantenham reservados para serem feitos com qualidade e por pessoas”, afirma Luiz Telles, diretor nacional de storytelling e inovação da Artplan. Fato é, diz Daniel, que o escalonamento de entregas, produtos e serviços proporciona ganho de tempo, agilidade e eficiência, em tempo real, às agências. “Mas, toda essa tecnologia e automação não seriam nada sem o talento e a sensibilidade humana”, complementa.

Os profissionais da BETC/Havas e da Artplan ressaltam que a criatividade, o talento e a sensibilidade não podem ser substituídos pela automação. “Porém, o que é possível fazer com tecnologia é escalar as variáveis da criação, seus desdobramentos, suas ramificações, para contextos diferentes, adaptando a ideia para novas audiências, formatos novos”, explica Luiz. Um trabalho criativo potente, diz, reúne elementos racionais, escaláveis, regados de dados, e intuitivos, gerados pela cultura e vivência.

 

A pandemia do novo coronavírus acelerou a digitalização das agências (crédito: Kampus Production/Pexels)

Entenda o que as agências já automatizam:

Campanhas digitais
O setor de agências de publicidade automatizam campanhas digitais, via gatilhos de resultado e performance, afirma o diretor nacional de storytelling e inovação da Artplan. “Fazemos isso, porque a tecnologia permite”, diz. Com a automação, é possível, por exemplo, criar e gerenciar peças dinâmicas, incluindo landing pages, que gerenciam sozinhas testes e seguem aperfeiçoando, em tempo real, interfaces.

Na BETC/Havas, é criado um key visual digital, explica Daniel, e todos os outros formatos são replicados, por meio de uma ferramenta: “Obviamente, temos recursos bem capacitados que manuseiam a ferramenta, para garantir a qualidade das nossas entregas. Utilizamos esse processo para peças estáticas e animadas. Com alguns clientes utilizamos também DCO, no qual a própria ferramenta, com base em um template e uma planilha de conteúdo por cluster, já entrega o formato correto de acordo com o target”.

Relatórios e dados
Segundo Luiz, a automação permite uma melhor visualização de dados, ou seja, permite a construção de dashboards, alimentados automaticamente, para consumo imediato. Podem ser concebidos, complementa o general manager da BETC/Havas, por exemplo, dashboards focados no investimento do cliente versus concorrência, bem como de campanhas, para auxiliar a área de mídia a ter uma visão, em tempo real, sobre suas performances e a realizar ajustes de rota, de modo ágil. “Também eliminamos as horas de criação manual de relatórios, e o tempo passa a ser gasto na análise e não concepção”, afirma Daniel.

Atendimento
As agências já automatizam o atendimento e as interações em redes sociais. “A inteligência artificial é amplamente usada para uma primeira triagem de contatos via redes sociais e resolução de questões de baixa complexidade”, diz Luiz. Entretanto, adiciona, as pessoas que ficam responsáveis pelas interações de qualidade e criativas.

Entregas dinâmicas e outras
É possível ter acesso à análises automáticas, cada vez mais precisas, de criativos em vídeo, feitas frame a frame. “Isso gera insights valiosos, para serem usados não só nas campanhas em curso, mas também acumulam um aprendizado que gera mudanças nas campanhas futuras”, afirma o profissional da Arplan. Além disso, é automatizado catálogos, folhetos, anúncios e cartelados, cabendo à agência a criação da campanha. “Olhando para o segmento de varejo trabalhamos com parceiros”, diz Daniel.

*Crédito da foto no topo: Oleg Magni/Pexels

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