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Investimentos em startups brasileiras chegam a US$ 9,4 bi em 2021

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Investimentos em startups brasileiras chegam a US$ 9,4 bi em 2021

Segundo Inside Venture Capital, relatório produzido pelo Distrito, o valor foi 2,5 vezes maior do que em 2020


14 de janeiro de 2022 - 6h03

Em 2021, as startups brasileiras receberam US$ 9,43 bilhões em investimentos, distribuídos em um total de 779 transações, de acordo com o mais recente Inside Venture Capital, relatório produzido pelo Distrito, em parceria com o Bexs. O valor foi 2,5 vezes maior do que o realizado em 2020. Só em dezembro, foram US$ 555 milhões aportados. Além disso, o último ano também bateu o recorde no número de novos unicórnios, startups com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. No total, foram dez empresas: MadeiraMadeira, Hotmart, C6, Mercado Bitcoin, Unico, Frete.com, CloudWalk, Merama, Facily e Olist. Com isso, o Brasil já soma 21 empresas unicórnios.

 

Investimentos em startups brasileiras dobraram de 2020 para 2021 (Crédito: PopTika/shutterstock)

 

Segundo Gustavo Gierun, cofundador e CEO do Distrito, o que levou à alta dos investimentos em 2021 foi a digitalização das empresas, aceleradas em grande parte pela pandemia. “O ano de 2021 foi a consolidação dessa tendência, em que ficou claro que não se tratava de algo momentâneo, e sim de um processo contínuo e sem volta”. O executivo afirma que esse cenário, somado à alta liquidez do mercado, criou a conjuntura perfeita para que os investimentos acontecessem.

De acordo com o relatório do Distrito, o setor que recebeu o maior volume de investimentos foi o de fintechs, que captou US$ 3,7 bilhões no ano passado em 176 rodadas; seguido pelas retailtechs, com US$ 1,3 bilhão aportado em 87 transações; e pelas real estate, que captou US$ 1,07 bilhão em 32 rodadas. Também se destacaram as startups de saúde, que levantaram US$ 530 milhões ao longo de 69 negociações; e as de mobilidade, que receberam US$ 411 milhões em 20 transações.

Para Gierun, o destaque das fintechs se deve ao seu próspero histórico no ecossistema de inovação brasileiro. “É um setor com muita oportunidade para disrupção e com uma legislação que tem evoluído no sentido de facilitar o surgimento de novos produtos e serviços. Assim, é um mercado consideravelmente grande, com mais startups do que setores como educação, por exemplo, o que naturalmente atrai mais investidores”. O CEO relembra que uma das maiores empresas brasileiras da atualidade é o Nubank, fintech que foi responsável por fatia considerável do volume captado por startups financeiras no ano, com aporte de US$ 1,15 bilhão em rodada de série G, alguns meses antes de abrir capital.

O Inside Venture Capital revelou que as startups em estágio inicial concentraram a maior quantidade de aportes. Em fase Seed, foram 279 transações, somando US$ 320 milhões, e 200 transações em Pré-Seed, que arrecadaram US$ 47 milhões. As rodadas mais avançadas foram responsáveis pelos maiores volumes de investimentos. As 27 transações de série C do ano captaram US$ 2,04 bilhões, e as 51 rodadas de série B levantaram US$ 1,92 bilhão.

O número de fusões e aquisições também foi recorde. Em 2021, 247 startups foram compradas ou fundidas por outras empresas e a maior parte das transações foi realizada por outras startups, que, pela terceira vez consecutiva, superaram empresas incumbentes em aquisições. As mais procuradas foram as fintechs (44), martechs (27), retailtechs (26), edtechs (19) e healthtechs (19).

Crescimento histórico
Desde a criação do relatório, em 2011, o volume de investimentos cresceu mais de 60 vezes. Em 2011, foram aportados US$ 147 milhões ante os US$ 9,4 bilhões no ano passado. Para o cofundador e CEO do Distrito, o crescimento exponencial de investimentos em startups aponta justamente para o amadurecimento de todo o ecossistema no Brasil. “Temos startups muito preparadas, fundadores experientes, uma grande variedade de produtos inovadores e soluções diferentes. Temos também regulamentações avançando para a inovação, investidores dispostos a entrar no mercado e com conhecimento para agregar às startups nos mais variados segmentos e estágios, além de terreno fértil com muitas oportunidades para negócios disruptivos”, comenta.

A partir de 2018, diz o executivo, fundos de investimento estrangeiros começaram a olhar com mais atenção para a América Latina, a exemplo de Softbank e Tiger Global Management, participando de rodadas robustas no Brasil. “Temos toda uma cadeia mais madura, em que até os consumidores estão mais abertos para soluções tecnológicas que resolvem dores do dia a dia”, afirma.

**Crédito da imagem no topo: Olivier Le Moal/Shutterstock

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