Jogos Play to Earn. Vale ou Não a Pena Jogar?

Buscar
Publicidade

Opinião

Jogos Play to Earn. Vale ou Não a Pena Jogar?

Se tempo é dinheiro, vale ou não a pena investir horas do seu dia nos games criados na Web 3.0

Preencha o formulário abaixo para enviar uma mensagem:


22 de junho de 2022 - 6h00

Crédito: BR Devikins/divulgação

Vou começar esse texto com uma história contada pela mulher que cuida da minha casa no interior. Ela aproveita o tempo livre que tem nos fins de semana para empreender. Faz festas de aniversário, casamento, formatura em uma cidade de 300 mil habitantes próxima à capital São Paulo. Uma terça-feira, ela chegou aborrecida aqui porque teve de gastar com uma decoração de festa que nunca mais deve usar. A aniversariante escolheu o tema pix para decorar o salão.

O que isso tem a ver com Web 3.0? Na minha opinião, a proposta: descentralização, que para mim significa liberdade para fazer o que quiser com o que é seu, seja dinheiro, conteúdo, um bem ou a sua vida!
Aos vinte anos eu me mudei de Jundiaí para São Paulo porque na capital as pessoas fazem o que querem com suas vidas e ninguém fica cuidando. Naquela época, não tinha internet. Duas décadas depois, a internet está democratizando esse sentimento de liberdade para todas as pessoas do planeta. Estejam elas preparadas ou não para essa revolução.

Quero dizer que isso é incrível, e mais incrível ainda é que essa realidade é fundamental para o meu mundo. O mundo dos games, onde eu me arrisquei há 25 anos, sem esperar muito, e agora estou minerando em um mercado de US$ 200 bilhões.

Chega de histórias. Vamos aos fatos. Segundo um relatório do conceituado Goldman Sachs, o blockchain (tecnologia por traz das criptomoedas e NFTs) é essencial para o metaverso e a Web 3.0.
O fator descentralização tem um papel importante nessa fase, pois auxilia justamente no que gerou discussões na

Web 2.0: o fato de o controle da internet se concentrar nas mãos de poucas empresas muito poderosas. Na nova fase, os intermediários estão sumindo aos poucos.

Nas transações financeiras com criptomoedas os bancos não são necessários. Na Web 3.0, o dinheiro é nativo à rede, ou seja, a dependência a uma instituição financeira tradicional, ligada a governos e restritas a territórios, deixa de existir, pois o dinheiro torna-se global, instantâneo e pertence ao seu verdadeiro dono. Adeus taxas e spreads.

Aos poucos esse conceito vai se estendendo para outros setores, como educação, comunicação, e a força de gigantes como Google e Meta vai dimuindo – em poucos anos, a troca de nome do Face servirá apenas para estudiosos de comunicação citarem em suas palestras.

Os analistas do Goldman Sachs acreditam que as criptomoedas são apenas o começo para o blockchain. O banco de Wall Street vê o blockchain como uma das tendências de tecnologia mais disruptivas que surgiram desde o TCP/IP, e quando o HML “inaugurou a internet na década de 1990”.

A tecnologia blockchain é usada nos games pay to earn, que desde o início do COVID explodiu no mundo todo, sobretudo em países pobres como as Filipinas, onde famílias driblaram a fome durante a pandemia, graças ao Axie Infinity, que virou o jogo referência no gênero play to earn. Eu fiz um artigo sobre essa história para a minha coluna https://www.proxxima.com.br/home/proxxima/opiniao/2021/11/12/cripto-a-moeda-da-vez-escolhe-os-games-como-vitrine.html.

Um estudo publicado pela McKinsey & Co recentemente, projeta que o Metaverso vai movimentar até US$ 5 trilhões no ano que vem e US$ 125 bilhões virão dos jogos. Segundo o estudo, em 2022, empresas de capital de risco já investiram US$ 120 bilhões no metaverso, o dobro de 2021.

McKinsey & Co ressalta que a versão atual do metaverso é amplamente impulsionada pelos jogos, enquanto os aplicativos surgem na socialização, fitness, comércio, aprendizado virtual e outros usos. Mais de três bilhões de jogadores em todo o mundo têm acesso a diferentes versões do metaverso. E aí você pensou quantos deles estão no Brasil?

Usando as informações que “garimpo” no meu dia-a-dia sobre o mercado, posso afirmar que o número de adeptos dos jogos play to earn no Brasil é infinitas vezes maior que o número de games BR oferecidos. No auge do Axie Infinity, o Brasil estava entre os três maiores mercados daquele jogo.

Uns poucos lançamentos nacionais estão começando a aparecer, e temos brasileiros impulsionando esse mercado globalmente, como é o caso de Sérgio Nunes Jr, desenvolvedor brasileiro com passagem pela EA, onde trabalhou no FIFA, que há um ano montou o MoonLabs Studio, no Canadá, para desenvolver Devikins, jogo com NFTs e cripto, lançado em abril. O consultor Carlos Estigarribia, diretor de desenvolvimento de negócios da Wappier, empresa especializada em Web 3.0, com sede em Portugal, agora viaja o mundo atualizando-se em eventos como THE 4TH ANNUAL NFT INDUSTRY EVENT, realizado em Nova Iorque, para orientar as empresas de games como elas devem atuar para entrar na Web 3.0 pela porta da frente.

O reverso da moeda fica com a mídia de games. Boa parte dos jornalistas de games é avessa ao assunto, e poucos veículos são abertos a publicar reportagens sobre games play to earn porque ainda mantém a ideia das pirâmides na cabeça. E para constar, a reação da imprensa é similar nos Estados Unidos.

Alguns influenciadores, no entanto, estão aproveitando a brecha começam a estudar as cripto e falar sobre elas nos seus vídeos. No Youtube, o Canal do Joni e o Zangado Games já aderiram à novidade; e o Rato Borrachudo foi mais longe, está usando suas habilidades tecnológicas e o conhecimento do público gamer para desenvolver o RPG Tales of Shadowland, um jogo brasileiro com transações em NFT. Uma oportunidade de negócios para quem quer atuar nesse mercado, pois ele está à procura de investidores.

Uma pesquisa da Chainalysis mostra que, até abril, e considerando algumas quedas consideráveis em fevereiro, os tokens não fungíveis já movimentaram US$ 30 bilhões. Mas os especialistas ainda têm dúvidas se 2022 vai chegar ao volume de transações do ano passado. Apesar de a marca estar próxima, o mercado associa os números de 2022 ainda a transações pontuais e volumosas, que sozinhas representam quase da metade dos US$ 40 bilhões.
Para mim, o momento atual é de aprendizado. Quem concorda pode aproveitar para aprender com a Forbes, publicação econômica global que dispensa apresentações. A corretora de criptoativos Binance acaba de investir 200 milhões de dólares na compra de uma participação societária da Forbes, com a finalidade de ensinar a mecânica das cripto e NFTs aos leitores. Quem vai?

Publicidade

Compartilhe

Veja também