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Carros conectados: novas possibilidades para as marcas

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Carros conectados: novas possibilidades para as marcas

Além da mobilidade, veículos podem ser ponte para anunciantes via ofertas em vídeo e conteúdos em mídia programática


6 de agosto de 2021 - 6h00

Os carros conectados são, cada dia mais, uma realidade no mercado brasileiro. Junto com a tecnologia, surgem diversas oportunidades: não apenas para as concessionárias, mas para todas as empresas que se encaixem de alguma forma no universo automobilístico ou no de internet das coisas (IoT). Atualmente, variadas marcas já trabalham em conjunto para desenvolver a tecnologia, como Stellantis e TIM, GM e Claro e Hyundai e Vivo. Porém, além da disponibilização de Wi-Fi no veículo, a proposta da inovação é proporcionar conhecimento do usuário, a fim de compreender a relação do consumidor com o veículo e, a médio longo prazo, de transformar o carro em algo que vai além da serventia de mobilidade.

 

FCA e TIM, GM e Claro e Hyundai e Vivo são algumas das marcas que desenvolvem projetos para carros conectados (crédito: Matheus Bertelli/Pexels)

“A partir do momento que a indústria automotiva vincula o carro com essa conectividade, as ferramentas das IoT passam a auxiliar em tarefas cotidianas no ambiente de meio de transporte”, diz Camilo Adas, presidente da SAE Brasil. O executivo comenta que a digitalização dos serviços, no geral, faz parte de uma mudança de comportamento dos consumidores, desde a possibilidade de fazer compras pelo celular até planejamento de uma rotina; e o carro, como extensão da vida das pessoas, precisa dar continuidade a esse hábitos. Mateus Silveira, head of innovation & connectivity na Stellantis Latam, comenta que essa mudança significa que as marcas precisam desconstruir um pouco de seus limites. É preciso que as empresas não atuem apenas no que já fazem, pois as fronteiras desmaterializam-se, o que vem permitindo a interação e a criação com outras marcas, para entregar experiências menos invasivas e mais fluídas para os usuários. 

“Na prática, isso significa a possibilidade de, além de oferecer uma infinidade de serviços para esse consumidor como monitorar o carro e acionar o samu em caso de acidente, monitorar o desgaste de sistemas, chamando para algum tipo de revisão ou alertando antes de algum colapso de peças, além de conhecer hábitos e comportamentos no trânsito. Tudo isso respeitando 100% a LGPD e não focando no indivíduo, mas clusterizando essas informações”, conta Hermann Mahnke, CMO da Chevrolet na América do Sul.

De acordo com o executivo, hoje, já existem, em média, no Brasil, 250 mil carros conectados da Chevrolet rodando pelas ruas e um terço dos carros oferecidos para o mercado já possuem o modulo de OnStar, que são automóveis que já saem com algum tipo de conectividads. Os Estados Unidos já possuem cerca de 20 milhões de veículos conectados. Com a expansão dessa tecnologia, além do aumento de opções de serviços, surge a oportunidade de customização. Ele explica que caso o Brasil já possuísse um sistema de rádio por satélite, por exemplo, seria possível customizar a informação ou o conteúdo que aparece para o consumidor, incluindo propagandas específicas para cada perfil, o que já é usual nos Estados Unidos.

Abre-se, assim, um mar de possibilidades de parcerias com os carros conectados, de oferecimento de serviços à melhoria de atendimentos, pois, ao conhecer o motorista nesse nível de especificidade, é possível oferecer parcerias com pedágios, empresas de gasolina, serviços de stream e etc. Tudo isso proporcionando maiores benefícios para o cliente. “No momento que eu sei como você está se comportando na direção, se é cuidadosa e respeita as regras de trânsito, eu tenho isso nos dados. Essa informação transferida para uma seguradora pode te proporcionar benefícios, como descontos, uma cobertura mais ampla, coisas desse tipo”, explica Jan Telecki, diretor adjunto de marketing da Hyundai Motor Brasil. 

Também no sentido de parcerias entre marcas, Silveira conta sobre a possibilidade que a tecnologia traz em termos de eficiência e de facilidade de serviços em fast-foods. O cliente pode realizar o pedido de dentro do carro e, então, o carro conectado entende o deslocamento, sincroniza o início de preparo da refeição com a sua chegada ao restaurante e, quando o usuário estiver a cerca de cinco ou três minutos do restaurante, a inovação solta um alerta para o começo do preparo. Ao chegar no local, o lance estará quente e fresco, pronto para a retirada.

Um futuro de possibilidades
Os carros conectados estão ligados a um futuro chamado de “0,0,o”, que significa zero emissão de poluentes, zero acidentes e zero congestionamentos. Nele, o volante sai da frente do motorista e o veículo trafega sozinho. A partir disso, todas as pessoas de dentro do carro ficam disponíveis para transformar esse momento em diversas experiência. E, assim, as marcas podem gerar ofertas em vídeo e conteúdos em mídia programática para aquele perfil. “Eu nos enxergo como um outlet de mídia programática, então, a partir do momento em que eu tenho parceiros nesse universo, as oportunidades são infinitas”, comental Mahnke.

“Conseguiremos otimizar essa experiência e oferecer diferentes serviços, principalmente quando nos aproximarmos desse cenário de futuro próximo do carro autônomo. Sem direção, esse carro vai precisar assumir um outro significado, podendo nem ter a mesma configuração de bancos que se tem hoje. Não será mais preciso dirigir e prestar atenção no trânsito, então, o que por meio da conectividade eu posso prover para o carro? Nesse cenário de futuro, talvez possamos chamar o carro de tantas outras coisas, como loja, sala de entretenimento, hotel, são muitas possibilidade através da tecnologia”, compartilha Silveira.

O lado das teles
Os carros conectados contam com o uso de internet, que geralmente são oferecidos em parceria com teles — que focam no desenvolvimento e na transmissão do serviço. O e-sim é um sim card embutido, que não tem como ser retirado do aparelho, como em um celular, o que o torna praticamente inviolável em casos de roubo, pois é soldado na placa do veículo. Além da segurança, oferece também uma maior vida útil do que os cards de plásticos, equivalente a duração dos carros. Diante desse desenvolvimento, surgem as oportunidades de parcerias com as teles brasileiras.

“Essa é uma experiência interessante, onde temos a oportunidade de trabalhar tanto serviços B2B, entender um pouco mais quais são os pontos críticos de medição de um veículo, conhecer também até a questão da interação com o cliente, a forma que outra empresa gerencia clientes. Para nós, participar desse processo e estar mais perto do nosso parceiro e cliente GM, conhecendo e melhorando a experiência do cliente, é importante. Sem contar na possibilidade também de oferecer um serviço para clientes Claro: uma qualidade melhor do que poderíamos oferecer com um moden ou o próprio celular”, diz Eduardo Polidoro, diretor de IoT da Claro. O executivo conta que o veículo é um grande potencial para agregar valor aos usuários, seja pessoa física ou para uso comercial. O IoT chega para facilitar as operações, processos e gerenciar coisas que antes não eram possíveis. Ele comenta que essa é uma aposta da operadora, uma vez que acredita que o mercado de veículos é um grande potencial na geração de valor para qualquer tipo de cliente.

*Crédito da imagem do topo: Piranka/iStock

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